Há 68 anos, em 18 de setembro de 1950, o Brasil ganhava sua primeira emissora de TV, a Tupi de São Paulo.
As transmissões eram ao vivo, em preto e branco e estavam todos
aprendendo juntos a trabalhar no novo veículo de comunicação. Após quase
sete décadas e muitas mudanças, a televisão segue com grande apelo
popular. Apesar da concorrência da internet e do streaming – outra forma
de ver TV, aliás.
3 em São Paulo. Apenas em 1960 passou para o 4, no qual ficou até o
final de suas operações em julho de 1980.
Nos primeiros tempos de TV no Brasil houve muitas situações
inusitadas, quer no âmbito empresarial, quer no artístico. Um dos casos
mais emblemáticos envolve a famosa novela O Direito de Nascer, que já
havia feito sucesso no rádio nos anos 1950. Em 1964, quando estreou nas
telas, a história de Félix Caignet era produzida pela Tupi em São Paulo.
Embora tivesse uma “irmã” carioca, também chamada Tupi, não era esta
que exibia O Direito de Nascer no Rio. A TV Rio, Canal 13, é que exibia a
busca de Albertinho Limonta (Amilton Fernandes) por sua origem. A
emissora carioca das Associadas não se interessou pelo projeto e amargou
a derrota na audiência.
Situação semelhante ocorria entre as TVs Rio e Record, cujos donos eram parentes e promoviam intercâmbio de programas. No entanto, os horários eram díspares. A novela carioca Acorrentados (1969), por exemplo, foi exibida ao meio-dia para os paulistas.
A primeira novela em cores da TV brasileira foi O Bem-amado, de Dias
Gomes, produzida e exibida em 1973 pela Rede Globo. Seu horário era o
das 22h, que por dois anos foi o único da teledramaturgia da casa a ter
suas produções feitas em cores. Em 1975, foram colorizados os horários
das 18h e das 20h. Em 1977, as cores chegaram à faixa das 19h. A Tupi,
por sua vez, só colorizou de vez suas novelas também em 1977.
Anteriormente à própria Globo, já em 1974 as novelas da Tupi eram
coloridas, mas a situação não se sustentou de forma definitiva.
Uma mesma novela ganhar muitas reprises, na íntegra ou com cortes,
não é coisa rara fora da Globo. Mas na emissora dos Marinho, apesar das
“rerreprises” dos últimos anos, é incomum uma mesma produção ser exibida
mais do que duas vezes. Escrava Isaura é a recordista: entre outubro de
1976 e outubro de 1990, foi exibida seis vezes. Destas, cinco em rede
nacional e uma apenas para o Distrito Federal (em 1985).
Logotipo da extinta TV Manchete (Reprodução)
Em 1980, após a cassação de sete emissoras integrantes da Rede Tupi,
teve início a corrida dos interessados pelos canais. O governo João
Figueiredo decidiu formar não uma, mas duas novas redes. Assim, uma
parte foi designada a Silvio Santos e outra a Adolpho Bloch. Nasceram
assim o SBT (que teve início em 1981) e a Rede Manchete (que estreou em
junho de 1983).
Anteriormente, Silvio já mantinha a TVS, Canal 11 do Rio de Janeiro,
cujas operações tiveram início em 1976. No entanto, o marco da função do
Sistema Brasileiro de Televisão é o início da operação das emissoras
egressas da Rede Tupi.
No ar desde setembro de 1953, a TV Record, Canal 7 de São Paulo nos
tempos do sinal analógico, é hoje a emissora há mais tempo em atividade
sem interrupções. Houve troca de proprietários, mas o nome se manteve
sempre Record. Fundada pela família Machado de Carvalho, teve metade de
seu controle adquirido por Silvio Santos na segunda metade dos anos
1970. No fim dos anos 1980, Edir Macedo comprou tanto a parte de Silvio
quanto a dos Machado de Carvalho.
Nos anos 1970 e 1980, várias emissoras espalhadas pelo Brasil
integravam a Rede de Emissoras Independentes (REI). A liderança cabia à
TV Record de São Paulo, e uma grande parceira foi a TVS carioca.
Os mais jovens talvez não se recordem, mas nos anos 1990 a TV Gazeta de São Paulo e a CNT firmaram uma parceria. Ambas saíam ganhando. Havia exibição em rede dos programas da Gazeta e a CNT contava com sinal no principal polo publicitário do País.
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